15 de outubro de 2008

dia dos professores...

Magistério, ô profissãozinha difícil!  :0 

No meu tempo, eu lembro que ela era muito respeitada, ainda. Mas agora vejo a educação cada vez  mais destratada, desprezada, humilhada. O salários são uma vergonha. Os horários impossibilitam o reaprendizado, o cuidado necessário. Muitas escolas visam, pura e simplesmente, o lucro e o proveito máximo dos professores, deixando de lado a preocupação com a qualificação, exigindo apenas resultados. As escolas públicas são uma vergonha...

Mas esse problema, infelizmente, não é um "privilégio" dos brasileiros. Em países do primeiro mundo a situação não é muito diferente, há diferenças, óbvio, mas o tratamento dos nossos educadores é muito semelhante. 

Nos Estados Unidos, estudei em uma "faculdade da comunidade" (comunity college), que é o ensino superior à disposição dos que não conseguiram notas suficientes para entrar em uma grande universidade, ou mesmo daqueles que nunca frequentaram os bancos da escola. É melhor do que nada, uma oportunidade para que todos possam concluir os estudos, uma vez que é convenientemente barata aos cidadãos americanos. Muitos estrangeiros passam por estas faculdades por um ou dois anos para pleitear uma vaga nas universidades (lá não há vestibular, somos "aceitos" mediante as nossas qualificações). Meus colegas de classe, em sua maioria, eram trabalhadores e acredito que muitos não tenham terminado o ensino médio. O nível era baixíssimo. Uma tristeza. Isso é fruto do sistema de ensino, que permite aos alunos escolher as matérias que querem estudar. Isso tudo, claro, generalizando porque senão ficaríamos aqui uma vida inteira discutindo todos os pormenores.

O que eu achava interessante é que os alunos podem marcar hora, fora da aula, para falar com os mestres, pedir conselho, dirimir dúvidas. Os professores têm um escritório e não dão aulas o dia todo para ter tempo. Essa é uma das diferenças com o nosso Brasil. Mas não via meus colegas se aproveitando desta oportunidade. E o progresso deles era lento e praticamente infrutífero... A meu ver, o problema vinha da base...

No Japão, os pequenos também sofrem. No ensino fundamental todos passam de ano, o que importa é a idade e não o conhecimento ou a falta dele. Para entrar nas escolas de ensino médio públicas há uma seleção por meio de provas, uma espécie de vestibular. A menos que a família esteja muito interessada, as crianças passam os anos sem se empenhar e, quando cobradas, não dão conta do recado. Aos que não são selecionados restam as escolas privadas, caríssimas. A cada ano cai o número de estudantes nos colegiais e mais ainda nas faculdades. Tudo isso, claro, a grosso modo.

Os pais brasileiros aqui no Japão parecem ver a educação como uma despesa e não um investimento e isso dificulta o incentivo aos interessados.

O ensino na Europa, de um modo geral, parece ser melhorzinho, mas não tenho muito como avaliar. Acompanho os meus sobrinhos, que estudam na Holanda, e me parece que há um esforço grande para que aprendam. O que parece comum na Europa é o interesse da família. Existe uma preocupação desde muito pequenos sobre o futuro, sobre qual escola as crianças vão frequentar amanhã. Tenho amigos jovens na Inglaterra, França, Alemanha e Áustria que são capazes de discutir os mais variados assuntos e aparentam ter senso crítico.  Em 1999, portanto antes da União Européia, viajei de trem por 16 horas com uma professora italiana de ensino fundamental. As queixas dela me pareceram muito familiares: salário baixo, excesso de alunos e trabalho. A Itália enfrentava sérios problemas financeiros na época.  Isso, generalizando.

O que estou tentando é ilustrar a grande questão do nosso tempo. No terceiro milênio, essa crise mundial, para mim, é fruto de uma só desgraça: o descaso com a educação.

A democracia absoluta só será possível quando todos tivermos a mesma oportunidade de pensar, criticar. Os jovens de hoje parecem nem ter opinião! (para o que interessa e não qual cantor de hip hop é mais popular) Não sabem decidir se gostam mais de português ou matemática! Que dirá escolher um prefeito, um senador, um presidente!

Cabe aos adultos guiar os caminhos que vão levá-los às suas próprias escolhas e não ao que é generalizado. O mundo é uma massa que se espreme para andar na mesma estrada enquanto as outras vias ficam abandonadas. Com tantas opções, o mais "fácil" é o rei da parada...

Cabe implorar aos distribuidores de conhecimento que não desistam dessa batalha quase perdida... Por mais que pareça injusto. Por piores que sejam as feridas. Os livres-pensadores são a solução dessa guerra miserável.

Nossa, comecei pensando em uma singela homenagem! hahahaha

Mas é melhor parar por aqui, que isso já está virando tese!

Viva os professores! Hang in there! Gambatte! Seja o que Deus quiser... hehehe


  

    

2 comentários:

Elenice disse...

Olá Hilda, lí esta postagem e gostei como você expôs o assunto referente a educação em vários países, tivemos um trabalho na disciplina de Laboratório e pesquisa que tínhamos que elaborar uma pesquisa sobre variados temas, eu discorrí sobre a educação das crianças brasileiras no Japão. Se quiser dar uma olhada meu blog de estudos da UCB-Virtual é: elenice-renovar.blogspot.com.

Abraços, Elenice.

Hilda Handa disse...

Pois é, esse é o assunto mais importante do mundo e, infelizmente, um dos mais desprezados... Que bom que ainda tem gente que insiste!

Gambatte!