30 de julho de 2008

sushi!


Peguei esse vídeo do blog antigo... Japa é complicado, mas a comida é muito boa! hahaha

29 de julho de 2008

doidices...


Os japoneses não sabem lidar com imprevistos, não são flexíveis e perdem a cabeça por qualquer motivo... Com o aumento da gasolina, todos os preços subiram, o dólar baixo fez cair as exportações, consequentemente a produção diminuiu e muita gente anda perdendo o emprego.

O brasileiro demitido fica chateado, triste, aborrecido, mas daqui a pouco já está tomando uma cerveja, aproveitando a "folga" e depois vai procurar outro emprego. Já o japonês, enlouquece. Muitos andam se matando! Alguns estão matando outros! 

Esta semana foi a vez dos esfaqueamentos em "massa". Hoje mesmo aconteceu um, o terceiro em sete dias. Uma mulher que brigou com o pai tentou cortar os pulsos em um shopping próximo à uma estação de trem. Alguém tentou impedir e ela, então, partiu pra cima dos transeuntes do sexo masculino. Conclusão, sete foram esfaqueados até que conseguissem prendê-la! Ninguém foi ferido gravemente e nem houve fatalidades, mas give me a fucking break!

Ô, povinho aloprado!



 

23 de julho de 2008

bichos


Olha só esse louva-deus celebridade. Chegou e sentou na minha câmera. Até me cumprimentou com a patinha (sério, pensei que ele sairia voando, mas nada). Parecia esperar que eu o entrevistasse! Aí não resisti e "bati um papo". Ele me ouviu, mas não respondeu. Ainda bem...

Insetos aqui no Japão têm super-poderes! É impressionante! Vivemos realmente numa ilha, mas cercados por matagais e criadouros de bichos de toda ordem. Esses dias achei uma espécie de pulga que, juro por Deus, além dela pular metros eu acredito que ela também voa! (pulga é inseto? Ah, tanto faz) E são japas mesmo, só andam em grupos. Vou prestar mais atenção, se eu vir alguma coisa brilhando, deve ser o flash...

Pernilongo de olho puxado canta mais que os três tenores juntos! Eles não têm bico, têm serrote. Os cretinos mordem por cima da roupa! Eles também não se alimentam, fazem transfusão de sangue! É coisa de louco! E as marcas que ficam eternizadas nos nossos braços e pernas? Dá um dó ver as crianças com aquelas pelotas gigantes e vermelhas e todas manchadas.

E ainda tem gente que não tem o que fazer que inventa de cavar buraco e encher de água para "observar" que tipo de inseto vai aparecer! Tenha santa paciência! No dia em que a dengue chegar aqui, tá todo mundo morto! E eles querem exportar a idéia (de gênio) para o Brasil! Só rindo mesmo!

Isso sem falar nas pererecas, lacraias, ratos, cobras... Mas são todos de primeiro mundo...



18 de julho de 2008

"obachian"

Gosto muito de crônicas. Acho que elas suspendem o tempo por um segundo e batem um instantâneo mágico... Dia desses escrevi uma, aqui vai...

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Há muito tempo que não como em um fast-food. Resolvo entrar e pedir um sanduíche e umas batatas fritas com chá gelado. Encontro uma mesa e, quando me aproximo, uma senhora, que está atrás de mim, me diz que já ia sentar lá. Não sou de dar barraco... Apesar de cheio, viro pro lado e há uma outra mesa. 

Sento devagar com minha pasta, meus pensamentos vagos e uma bandeja. Bem ao lado vejo uma senhora com o que parece ser sua netinha. Acho graça e me recordo da minha avó, minha "obachian" (em japonês). Sempre fez minhas vontades e, se fosse hoje, certamente me levaria para comer estas porcarias.

Vou longe nas minhas recordações, enquanto minhas batatas esfriam. Fui a neta preferida entre tantos. Sempre no seu colo, o que causava ciúmes nos tios ainda pequenos, ou comendo as guloseimas que ela fazia para todos, mas cuja vasilha eu devolvia vazia. Não se zangava. Fazia mais. Seu prazer era me contentar. E eu a servia com vontade.

Abro meu sanduíche de filé de peixe, dou uma mordida. Nem chega aos pés daquela saudosa comidinha. E os passeios inesquecíveis de táxi, com seu português engraçado que quase nos levava ao bairro errado... Minha avó era o máximo!

Mastigo aquele plástico. A criança parece mais interessada no que acontece lá fora. Com o nariz enfiado na janela vai espalhando suas digitais pelo vidro antes tão limpo. A avó termina o prato e se levanta, sem avisar a menininha. Penso que ela vai ao banheiro, mas fico imaginando se a menina não se assustaria ao olhar para trás e se ver sozinha.

Termino de comer, deixando as batatas, que frias, são intragáveis, e me preparo para levantar. Olho mais uma vez para o lado e a criança continua lá, entretida com o movimento dos carros. Mas faz muito tempo que a avó se foi. Teria acontecido algo? Preocupada, vou ao banheiro. Está vazio. Sento mais uma vez e tento não me alarmar. Depois de duas horas, nada da velhinha. E ela nunca mais voltou.
 

17 de julho de 2008

pais e filhos

Hoje um bebê grudou em mim! A menina ficou esticando os bracinhos para pular no meu colo! Eu adorei, é claro! hahaha Mas essa história me fez pensar... Tenho vizinhos novos, a mãe é peruana e tem duas crianças. O pai aparece de vez em quando para distribuir tapas. Só ouço os gritos e ais. Da mãe e das filhas. Dá uma agonia... Nunca ouço a mulher falando, é tudo na gritaria. Às vezes, logo cedo, já vem a xingação. A mulher não sabe conversar, é sempre no berro. Com mãe tão estressada, como pode alguém crescer sem traumas?

Vejo muitos bebês por aqui. Nascem, em média, dez brasileirinhos por dia em todo o Japão! Vejo os pais babando, as mães orgulhosíssimas, os avós e tios corujas... E penso nos adolescentes que quase não vêem os pais ou não os suportam. E nos pais que abandonam os filhos porque o casamento acabou. Pai não é para sempre? 

Fico imaginando quando essa relação de amor incontestável acaba. Por que o diálogo se torna tão difícil, quase impraticável. Como essa ligação intrínseca ganha distância tão sem alcance... 


12 de julho de 2008

8 de julho de 2008

criminalidade

Aqui a imprensa japonesa cai de pau cada vez que algum crime é cometido por estrangeiros. Ficam dias falando de um mesmo assunto, às vezes até semanas, dependendo da gravidade. E vira e mexe acontece alguma desgraça que, até nós, jornalistas  brasileiros, temos que comentar. 

Recentemente um brasileiro (funcionário de uma empreiteira que emprega muitos estrangeiros) e um paraguaio foram presos e, supostamente, levaram a polícia até um corpo jogado em um rio que seria de um outro brasileiro desaparecido desde março deste ano. Parece que foram mesmo eles que mataram o rapaz para roubar o dinheiro que ele teria guardado no banco. Um milhão de ienes, quase dez mil dólares. Puxa, matar alguém por causa disso? Onde é que esse mundo vai parar... 

A polícia ainda investiga o caso para ver se não há mais envolvidos. Durante os primeiros vinte dias da prisão os suspeitos ficam incomunicáveis, não podem nem falar com a família. Eles são interrogados várias vezes para ver se não caem em contradição. 

O caso é triste, não há como negar, mas o estardalhaço da imprensa nipônica é inaceitável. Um jornal chegou a pedir a expulsão de todos os estrangeiros! Se as "cabeças pensantes" chegam a esse nível de ignorância, dá medo imaginar como raciocina o "povão" em geral.

Sem contar que  cerca de 2% dos estrangeiros comentem crimes (incluindo acidentes). Os números, infelizmente, aumentaram conforme cresceu também a entrada de estrangeiros no país. A quantidade. Mas essa porcentagem, esses 2%, mantêm-se, não variam. Já a criminalidade entre os japoneses cresceu em porcentagem e número, embora nasçam menos pessoas e muitas estejam indo embora para viver em outros lugares. 

E os outros 98%? Será que é possível ignorar que a maioria esmagadora não é criminosa? Isso sem falar nos tipos de crimes. Os estrangeiros, de um modo geral, matam por "amor" ou por dinheiro. Motivos torpes, sem dúvida, injustificáveis, mas e os japoneses? O que tem de doido nesse arquipélago não é brincadeira. No ano passado foi uma "epidemia" de gente matando membros da família (mãe, irmã, tia), que eram então esquartejados e distribuídos por aí. Uma cabeça aqui, um braço ali... Os motivos? Ah, "não aguentava mais a comida da minha mãe", "minha irmã ouvia o som muito alto", e outras esquisitices do gênero. Teve um que matou a irmã e deixou o corpo na cama. Por vários dias a mãe não só não estranhou a falta da filha como ainda por cima achou que o mau cheiro provinha do aquário...

Recentemente um maluco atropelou e depois saiu esfaqueando as pessoas que passavam pela rua no conhecido bairro de Akihabara. Sete morreram e mais onze ficaram feridos! O retardado, de apenas 25 anos, ainda avisou pela internet que iria cometer essa atrocidade porque queria, na verdade, suicidar-se... Ai, se eu acreditasse em pena de morte...

Bom, tudo isso para dizer que eu lamento, sim, que parte da nossa população não seja a ideal, mas que o exagero e a generalização podem ser muito mais perniciosos.
 

    

4 de julho de 2008

Casal Imperial 2


Essa foi a única foto que consegui tirar. Estava ocupada filmando! 

Na parte da manhã não estava chovendo e eles andaram bem mais devagar. Alguns conseguiram tirar fotos super-nítidas porque eles quase pararam para acenar para uma escola brasileira. (tirei umas imagens ótimas!)

Mas à tarde, quando eles já saíam da cidade, passaram a 40 por hora e ficou difícil!

Só uma notinha. Na mensagem anterior disse que não achava grandes coisas essa história de imperadores e tal. Mas sabe que eu fiquei encantada com o casalzinho? Pareciam uns vovozinhos, bonitinhos, acenando o dia inteiro... Coitadinha da imperatriz, parece tão frágil, deve ter tomado dorflex pra poder dormir... E o imperador é tampinha, mais baixo que ela hahaha

Casal Imperial


Neste ano comemora-se o centenário da imigração japonesa no Brasil. É motivo de muita festa e alegria de um lado do planeta, mas do outro não é bem assim. O governo japonês se viu "obrigado" a enviar seus cidadãos a outras partes do mundo porque aqui a crise era grande e a miséria ainda maior. Parece uma história que a gente já ouviu em algum lugar... Portanto, não há muito interesse em ficar relembrando essa "história". 

De qualquer maneira, são cem anos e os descendentes fizeram o caminho de volta. Agora são os nikeis (descendentes de japoneses nascidos em outros países) brasileiros que vêm trabalhar no país do sol nascente. Não há como ignorar os mais de 300 mil brazucas espalhados pelo arquipélago. 

O casal imperial não foi ao Brasil participar das homenagens e celebrações porque já estão velhinhos. Mas foram representandos pelo príncipe herdeiro e uma comitiva. 

Como não puderam viajar, decidiram visitar a cidade com a maior concentração de brasileiros em território nipônico: Oizumi. Viajaram em shinkansen (trem-bala) próprio de Tóquio a Kumagaya e depois vieram de carro. 

A cidade ficou lotada de policiais por várias semanas. Eles andavam pelas ruas, mediam, cronometravam, tiravam fotos. Planejaram a visita passo a passo, detalhe por detalhe. Ficou decidido que eles iriam à prefeitura de Oizumi, depois conversar com 20 brasileiros na fábrica da Sanyo, à prefeitura de Ota (aqui do lado), onde eles também almoçaram, e uma passagem por uma escola japonesa para conversar com pequenos nikeis e assistir à uma apresentação de capoeira.

A imprensa brasileira é meio marginalizada aqui, não fazemos parte do "kurabo"  (clube) japa e portanto eles não estavam querendo nos credenciar para cobrir as visitas. Mas acabaram cedendo e nos deixando filmar em dois lugares (a Sanyo e a prefeitura de Ota). E só duas pessoas poderiam ir. Uma equipe de Tóquio viria me ajudar, um cinegrafista e uma tradutora. Pela minha deficiência na língua japonesa, os dois foram credenciados e eu ficaria com a cobertura de rua.

Logo de manhã finquei pé na prefeitura. Havia muitos velhinhos porque era uma segunda-feira! Pouquíssimos brasileiros foram até lá. Acho que não temos essa fixação com a realeza. Eu mesma não estava achando grandes coisas hahahaha  Coloquei a minha braçadeira de repórter e fiquei zanzando por lá sem que ninguém me perguntasse absolutamente nada! Achei meio furada essa segurança. Eu estava com uma mochila enorme nas costas que poderia conter uma bazuca e ninguém me pediu qualquer documento. 

A rua de frente para a prefeitura estava vazia, as pessoas ficaram nas laterais aguardando enquanto uns guardinhas diziam como teria que ser o comportamento. Por exemplo, eles entregaram bandeirinhas do Japão para todos, mas insistiam que elas deveriam ser balançadas na altura da barriga e não acima da cabeça.  É claro que na hora em que o carro oficial apareceu ninguém se lembrou de regra nenhuma e só se via bandeirinha chacoalhando pelos ares... 

O que achei mais interessante foi que não havia uma cordinha sequer separando os espectadores. Eles foram avisados que não poderiam passar de lá e era o que bastava. 

Quando os batedores apareceram o povo delirou. Fiquei sozinha na rua enquanto o carro com o casal passava acenando. Poderia ter jogado uma bomba ou até esfaqueado o imperador! Fiquei meio chocada com isso. Talvez tivesse algum atirador de elite mirando na minha cabeça, mas isso a gente nunca vai saber... O problema aqui é que tem muito doido e algum deles poderia muito bem querer assassiná-los... 

Assim que o casal desceu do carro, eles se viraram e passaram a acenar para a multidão, que enlouqueceu! Os velhinhos começaram a sair das laterais e me empurrar. Pensei, "vai dar caca". Aí, um guardinha levantou os braços e disse: "dame", que quer dizer "não pode". Se fosse no Brasil ele não só teria sido ignorado, como pisoteado. Aqui, a multidão inteira parou! Essa é a primeira foto. Veja como alguns já estão mais adiantados (o guardinha está de costas para a entrada da prefeitura), mas todo mundo pára! É de tirar o chapéu! Aqui se diz que não pode, não pode mesmo... Impressionante...

A foto de baixo é da multidão que se esprimia na chuva esperando o cortejo passar. Levei um banho!

 

1 de julho de 2008

Utrecht

Meus sobrinhos Paulo e Amanda nasceram em Utrecht, que fica pertinho de Breukelen, onde eles vivem. 

Essa torre aí chama Dom Toren. Tem 70 metros e 465 degraus! Subi lá em 2007 com minha amiga Laurence e neste ano voltei com as crianças! Vida de tia é dura... hahaha

Bom, ainda é muito melhor do que subir o Monte Fuji... hahahaha Um dia conto a minha história...

Na foto, também está o Lucas, meu sobrinho mais velho e afilhado. Tá todo feliz porque emprestei minha máquina...

Kubus


Rotterdam tem uma arquitetura única. Como foi uma das cidades mais destruídas durante a segunda guerra, e dado o espírito alegre do holandês, eles construíram os prédios mais interessantes. 

Esse conjunto de casas cúbicas é bonitinho e elas são surpreendentemente espaçosas! Uma fica à disposição dos turistas. Por módicos um euro e cinquenta a gente pode entrar, sentar, apreciar a vista e verificar se vale a pena pagar 1,800 euros de aluguel por mês... 

Bélgica



Essa aqui é a famosa Bruxelles Grand-Place, patrimônio histórico mundial tombado pela Unesco. 

Almocei por aqui, porque me disseram que a comida belga é muito boa. Eu diria... boazinha hahahaha mas não é ruim. Agora os chocolates! São do outro mundo! Comi umas trufas que derretem na boca... hummmm

Mas o mais interessante que me aconteceu neste lugar foi que tentaram roubar a minha câmera digital! Em plena luz do dia, um larápio puxou a câmera pela alça, do bolso do meu casaco. Só vi a máquina passando na minha frente. Foi muito rápido, mas lembro que pensei: olha, uma igualzinha a minha! Por puro reflexo, dei um berro: Hey! O panaca sorriu e largou a câmera no chão. Todos olharam, ele continuou andando na maior calma e ninguém fez absolutamente nada!  

Fiquei pasma, mas depois pensei que se fosse no Brasil ele teria me dado uma surra e pego o resto das minhas coisas... mão-leve civilizado, era só o que me faltava... hehehe