3 de agosto de 2009

carpe diem


Ela ali, fumegante, exalando um odor forte da manteiga que deita esparramada, escorregando, formando um rio amarelo que deve entupir veias, parar corações, encerrar vidas até. Uma chuvinha de sal contamina a área, engrossa o time que embola pelas artérias, providencia o sabor na medida exata. E os grãos de milho... ah... vêm da lata em água suspeita, parada, ainda crocantes, irônico toque saudável.

A raridade do evento, que só ocorre uma vez ao ano, obriga o sacrifício. Devoro a batata assada no vapor lento dessas caixas mal lavadas. O amanhã incerto me cega ao óbvio, interrompe o raciocínio e o paladar agradece. Talvez esta seja a última.

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